sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sobre a transferência de Yannick Djaló

As exibições de Djaló pelo Sporting foram sempre bastante irregulares. Se por um lado os adeptos sportinguistas entusiasmaram-se com alguns rasgos de génio deste jogador, por outro lado na maior parte das vezes desesperaram com a ineficácia, ingenuidade e displicência do mesmo. Alegadamente a relação do jogador com os adeptos era tão má que, apesar da boa pré-epoca efectuada, os jogos a valer não foram aceitáveis e o Sporting deicidiu vender Yannick Djaló para o Nice no último dia de transferências. 
Segundo consta, ficou tudo acertado com o Nice e foi a negociação entre o jogador e este clube que não foi registada a tempo no organismo competente. Após recurso, o Nice continuou impedido de inscrever Yannick. A pergunta que se põe agora é se Yannick é jogador do Sporting ou do Nice, tendo ambos os clubes manifestado vontade de não ficarem com o jogador. Não interessa, para esta crónica, a discussão jurídica do caso, mas sim a discussão desportiva.
Yannick Djaló era de facto um jogador que não convencia a maior parte dos adeptos leoninos. Pessoalmente, acho que é um jogador com características físicas impressionantes, com atributos técnicos suficientes e mentalmente muito fraco. Acredito que seria um jogador para evoluir bastante, com um treinador experiente e integrado num plantel forte. Mas independentemente disso, a partir do momento em que o Sporting decide vendê-lo, não há bilhete de volta que apague esse histórico.
O Nice, por sua vez, perde uma oportunidade única de motivar o seu investimento. Porventura não terá convencido os responsáveis do clube francês nos treinos que tem participado, mas lembro-me de Ricardo Sá Pinto, contratado por uma pechincha pela Real Sociedad ao Sporting porque viria a estar suspenso por uma época devido à agressão a Artur Jorge e Rui Águas e que muito brilhou pela Real Sociedad nos anos seguintes.
Neste momento Yannick Djaló é um jogador que ninguém quer, o que só contribui para o desmoralizar, desvalorizar e tirar-lhe ritmo de jogo. E de jogadores desses a selecção portuguesa está cheia. Eduardo dixit.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Cantera" Leonina

O Sporting nos últimos 15 anos ganhou o estatuto de ser uma das melhores escolas de futebol do mundo. Esta afirmação, penso que por todos reconhecida, foi sendo sustentada pela emersão dos evidentes Luís Figo e Cristiano Ronaldo (vencedores da bola de ouro, respectivamente em 2000 e 2008), e por talentos como Nani, Ricardo Quaresma, João Moutinho, Simão Sabrosa e Miguel Veloso. Um jogador jovem com potencial, para se afirmar com gabarito idêntico no futebol profissional aos futebolistas atrás enunciados, tem que desde cedo ter oportunidades para evoluir e para demonstrar essa promessa de qualidade.
Com a chegada de José Eduardo Bettencourt a presidente do clube leonino e a posterior saída de Paulo Bento do comando técnico da equipa, consubstanciou-se a ideia, há muito a germinar em alguns adeptos do Sporting, de que a falta de títulos se devia ao excesso de jogadores jovens no plantel, à premissa de que o modelo em prática de apostar (em parte) nos elementos da escola do Sporting era falho. Com Sá Pinto (embora com uma curta estadia) e Costinha como directores desportivos, minimizou-se essa aposta, e recorreu-se a jogadores mais experientes.
Durante a fase em que o Sporting apostou nos jovens formados no clube, eu vi o Sporting ir a uma final da liga europa, vi o Sporting a praticar bom futebol e por diversas vezes lutámos pelo título até às últimas jornadas. Com o advento do novo paradigma observei um Sporting sem identidade, à deriva e a fazer as duas piores temporadas de que tenho memória, 2009/2010, 2010/2011. Na época de 2009/2010 a equipa ficou a 30 pontos do 1º classificado o Benfica, e na época subsequente, a 36 pontos do campeão Porto. Estratégia redondamente falhada.
Com Godinho Lopes, Luís Duque, Carlos Freitas e Domingos Paciência, observámos algo inédito no Sporting, um investimento fortíssimo no plantel, com a contratação de jogadores de inegável craveira, o que gerou uma onda de entusiasmo nunca por mim vista em redor do clube. O início foi periclitante, mas a qualidade do treinador e dos jogadores começa a dar frutos e doravante prevê-se um bom rumo.
No entanto, mantenho uma crítica, a aposta nos jovens formados no clube é quase inexistente, e é um desperdício de talento e de dinheiro. Dou dois exemplos de jogadores que nem sequer ficaram no plantel, Nuno Reis e Pedro Mendes, dois defesas centrais, o primeiro efectuou um mundial de sub-20 excelente e no mínimo merecia ser o quarto central do plantel. Pedro Mendes, titularíssimo nos sub-21 foi repescado para a equipa secundária do Real Madrid. Defendendo-me da contradição que pode aparecer aos olhos de quem lê este post (a propósito da afirmação de que os jovens precisam de jogar para evoluir), os talentos também precisam de uma oportunidade de figurar no plantel principal, para eventualmente agarrarem o lugar. Daniel Carriço (actualmente um mal amado) na sua primeira época no Sporting, era em teoria o quarto central do plantel. Com a conjugação de contingências inerentes ao próprio futebol, Carriço teve uma oportunidade, agarrou o lugar e foi titularíssimo, realizando duas grandes épocas, entrando na órbita dos grandes clubes europeus. Actualmente atravessa uma má fase, mas acredito na qualidade do jogador e que pode dar a volta por cima.
Actualmente o único jogador das escolas, estreante no plantel do Sporting chama-se André Martins. Trata-se de um médio-centro ofensivo de 21 anos, franzino, tecnicista, de que eu próprio desconfiei se teria qualidades para vingar ao mais alto nível no futebol profissional, devido à sua muito frágil constituição física. O jovem jogador tem efectuado excelentes exibições ao serviço dos sub-21, demonstrando bastante qualidade, bons pés, visão de jogo, rapidez e velocidade na execução. No Sporting oportunidades nem vê-las, nem um minuto. Veremos se no jogo para a taça contra o Famalicão surgem os primeiros minutos em jogos oficiais esta época.
Concluo, referindo mais dois "mancebos" titulares da selecção portuguesa de sub-21, Cedric Soares (vice-campeão de sub-20) a actuar na Académica emprestado pelo Sporting e Wilson Eduardo, emprestado ao Beira-Mar. E Adrien Silva também emprestado à Briosa. Jogadores que têm demonstrado qualidade. Wilson Eduardo tem sido uma máquina de facturação (de golos falando), seja pelo Olhanense ou pela selecção, depois das vendas de Djaló e de Postiga poderia perfeitamente ter regressado ao Sporting, esperemos que os atacantes do Sporting se mantenham sadios. Cedric o mais jovem destes três, tem crescido, é um lateral apurado tecnicamente, com boa qualidade de passe (não fosse ele médio de origem), e concordo com o empréstimo, pois é ainda bastante jovem. Adrien Silva é um caso mais intrincado, começou a ficar conhecido com 16 anos por ser cobiçado pelo Chelsea como uma grande promessa, recusando a transferência, ao invés de Fábio Ferreira e Ricardo Fernandes que rumaram a Londres para nunca mais se ouvir falar deles, um passo em falso. O luso-francês teve algumas oportunidades nas suas passagens pelo plantel do Sporting, mas verdade seja dita, oportunidades que não foram sequenciadas. Chegou-se à conclusão na época passada que o jogador precisava de rodar e numa decisão mirabolante (a meu ver), foi emprestado ao Maccabi Haifa, em janeiro já estava de volta a Portugal, ao serviço da Académica, prolongando-se o empréstimo à epoca corrente. Durante este empréstimo Adrien tem ganho consistência, tem sido posto a jogar num lugar onde rende mais, a médio-centro com liberdade (leva já 3 golos esta época), e não a trinco como foi posto a jogar no Sporting nas oportunidades que teve. Adrien é um médio completo, esforçado, com técnica q.b., mas que não prima pelo posicionamento. Aguardo com curiosidade a evolução da sua carreira, e por uma nova oportunidade na equipa do Sporting na próxima época.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Análise México 1 x 2 Brasil


O seleccionador mexicano Jose Manuel de la Torre partia para este jogo invicto há 14 jogos, com 10 vitórias e 4 empates. O jogo disputou-se no Estádio Corona onde habitualmente joga o Santos Laguna, equipa na qual figura o veterano guarda-redes Oswaldo Sánchez que, aos 38 anos cumpria a sua centésima internacionalização e fazia a sua despedida da selecção tricolor, sendo portanto homenageado.
Não se esperavam portanto facilidades para a selecção brasileira. Apesar de ter deixado mais uma vez o avançado da Real Sociedad Carlos Vela de fora e da utilização de Carlos Salcido,  lateral esquerdo de raiz improvisado no meio-campo (onde tem jogado pelo Tigres), o México apresentou uma equipa forte, onde pontificam o capitão Rafael Márquez como patrão da defesa e um ataque rápido e possuidor de muita qualidade técnica, com Pablo Barrera, Giovanni dos Santos e Andres Guardado a apoiarem a estrela desta equipa, Javier "Chicharito" Hernández.
A selecção brasileira vinha de um péssimo jogo contra a Costa Rica em que, apesar da vitória (0x1) apresentou um futebol deprimente. Com Júlio César lesionado coube a Jefferson, guarda-redes do Botafogo que tem vindo a acumular excelentes exibições no campeonato brasileiro, a responsabilidade de ser titular. Na defesa destacou-se o regresso de Marcelo, lateral esquerdo do Real Madrid. Mano Menezes continua a procura de um onze ideal e tem aproveitado todas as oportunidades para experimentar diferentes jogadores, apesar de manter a mesma táctica. Ronaldinho Gaúcho continuou a merecer a sua confiança como organizador de jogo, apesar das suas últimas exibições terem deixado a desejar. No ataque o jovem Lucas Moura do São Paulo também voltou a merecer uma oportunidade, mas a surpresa seria a utilização de Hulk como ponta de lança, jogador que Mano Menezes achava que só poderia jogar como extremo direito, à imagem do que faz no FC Porto.
O México entrou no jogo muito confiante e antes que o Brasil conseguisse sair do seu meio-campo inaugurou o marcador, através de um auto-golo de David Luiz, sem culpa para o defesa. O cruzamento de Barrera levava muita força. Apenas a partir dos 15 minutos o Brasil conseguiu equilibrar o jogo no meio-campo, criando algumas ocasiões que acabavam normalmente com remates para fora ou à figura de Sánchez. Neymar insistia em simular faltas, hábito que terá forçosamente que perder se quiser afirmar-se definitivamente em níveis de competição mais elevados. Pelo México Márquez apesar de jogar no eixo da defesa era constantemente o jogador que começava os ataques, demonstrando não ter perdido as suas qualidades enquanto organizador de jogo. 
Já no final da primeira parte o árbitro assinalou um penalti de Daniel Alves sobre Chicharito, uma carga infantil e desnecessária que valeria ao lateral direito brasileiro o segundo cartão amarelo (já tinha recebido o primeiro após uma entrada perigosa). Valeu ao Brasil uma boa defesa ao remate algo denunciado de Guardado.
Na segunda parte Mano Menezes viu-se obrigado a sacrificar Lucas Moura para pôr em campo Adriano que iria ocupar o lugar de Daniel Alves. Incrivelmente o Brasil passaria a jogar melhor, a conseguir manter a posse de bola sem precipitações, com Ronaldinho Gaúcho em destaque. O jogo continuava no entanto a ser bem disputado, com muitas faltas, algumas demasiado duras para um jogo de cariz amigável. O Brasil continuava a ter dificuldades em criar reais situações de perigo, com finalizações pobres. Adriano ficou encarregue de toda a ala direita da selecção brasileira enquanto Neymar e Hulk iam trocando de posição na tentativa de baralhar a defesa mexicana. Jose Manuel de la Torre por sua vez aproveitava para refrescar a equipa, substituindo Juárez por Sérgio Pérez e Torres Nilo por Héctor Moreno, devolvendo assim Salcido à sua posição original e Rafa Márquez ao meio-campo, numa tentativa de recuperar a posse de bola que estava a ser perdida para os brasileiros, apesar da superioridade numérica. Este esforço acabaria por revelar-se em vão, pois aos 78 minutos o génio de Ronaldinho veio ao de cima e o número 10 do Brasil voltaria a marcar pela selecção, o que já acontecia desde 2007 através da marcação soberba de um livre. Estava feito o empate. Aos 84 minutos Marcelo acabaria por assegurar a "remontada" com mais um bonito golo em que teve que se livrar da marcação de três jogadores mexicanos antes de fuzilar Oswaldo Sánchez, que teria assim a sua homenagem estragada e o 1x2 final marcaria o fim do ciclo vitorioso de Jose Manuel de la Torre à frente da selecção mexicana. Vitória com traço de heroísmo para a selecção brasileira num jogo bem disputado em que Ronaldinho conseguiu convencer que podem contar com ele durante mais algum tempo, talvez mesmo até 2014.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Análise Dinamarca 2 x 0 Portugal: Dinamarca

A selecção dinamarquesa entrou em campo a precisar apenas de um empate para apurar-se para a fase final do Europeu 2012, tal como Portugal. Apenas com um ausência de relevo, o defesa central Daniel Agger do Liverpool, a Dinamarca jogou com quatro defesas em linha onde se destacou a presença de Andreas Bjelland do Nordsjaelland a substituir Agger no eixo da defesa e de Michael Silberbauer, antigo médio ala direito já adaptado a lateral direito mas que neste jogo alinhou a lateral esquerdo. A completar a defesa dinamarquesa figuraram Simon Kjaer ao lado de Bjelland e Lars Jacobsen a lateral direito. No meio campo dois médio defensivos, Zimling e Qvist apoiavam a nova coqueluche do futebol dinamarquês, Cristian Eriksen, um médio criativo de apenas 19 anos que alinha no Ajax. O veterano Dennis Rommedahl e Michael Krohn-Dehli seriam os extremos do ataque da Dinamarca, finalmente preenchido pelo avançado Niklas Bendtner.

A Dinamarca mostrou desde cedo que não ia jogar para o empate. Logo aos 4 minutos numa jogada bastante confusa, chega mesmo a marcar embora o árbitro, após apontar para o meio do campo, tenha mudado de ideias e decidido anular o lance. Mas não demorou muito para que Krohn-Dehli, que viria a ser o jogador mais perigoso do ataque dinamarquês e consequentemente o melhor jogador em campo marcasse com alguma sorte num remate à entrada da área de Portugal.
A Dinamarca dominava o jogo com um futebol bem sustentado, com passes curtos e rasteiros, muito rigor táctico e num futebol de ataque objectivo, mas a partir do golo marcado começou a recuar no terreno, principalmente através do reposicionamento dos seus extremos que passaram a ter preocupações mais defensivas. O resultado era justo ao intervalo.
A segunda parte começou de novo com uma Dinamarca com processos simples e eficazes a criar perigo para a defesa portuguesa. Apesar de se ter apresentado no mesmo registo com que acabou a primeira parte, com uma abordagem ao jogo mais cautelosa, acabou por ampliar o marcador numa boa jogada que começa num passe de Eriksen, continua num bom trabalho de Rommedahl que acerta o cruzamento finalizado por Bendtner. Estava feito o 2x0 com 63 minutos de jogo.
Com o segundo golo a Dinamarca sentia que estava apurada para o Europeu de 2012 e bastou-lhe gerir o resultado. O treinador Morten Olsen procedeu a substituições apenas para refrescar a equipa sem mexer no posicionamento táctico da equipa, ao trocar Zimling por Christian Poulsen, Silberbauer por Simon Poulsen e Rommedahl por Jakob Poulsen. A Dinamarca poderia inclusive ter dilatado o marcador, mas ainda viria a sofrer um golo já em tempo de descontos.
O resultado de 2x0 foi portanto indiscutível e a Dinamarca promete dar que falar no próximo campeonato europeu de futebol.

Desilusão

A selecção portuguesa defrontou hoje a selecção dinamarquesa em jogo decisivo para a qualificação do Euro 2012 a realizar na Ucrânia e na Polónia, tendo sido derrotada em Copenhaga por 2-1. A superioridade da selecção dinamarquesa foi evidente ao longo de todo o encontro e o resultada peca pela escassez na diferença.
A equipa das quinas entrou desconcentrada e pouco incisiva, letárgica, perdendo muitas bolas, cedendo por completo à pressão dinamarquesa. Apresentando-se com o mesmo onze que havia batido a Islândia por 5-3, com Rui Patrício na baliza; uma defesa composta por João Pereira à direita, Eliseu à esquerda, Rolando e Bruno Alves como centrais; um médio mais recuado, Raul Meireles, apoiado por João Moutinho e Carlos Martins, médios da intermediária mais subidos e mais soltos; na frente um tridente composto por Cristiano Ronaldo à direita e Nani à esquerda (ao longo do encontro trocaram de posição algumas vezes) e Hélder Postiga como ponta de lança.
Portugal sofreu o primeiro golo aos 12 minutos por Krohn-Dehli num lance em que se podem assacar responsabilidades a João Pereira (ele que esteve desastrado ao longo de todo o encontro). Minutos antes já Portugal tinha sido avisado, com um golo anulado ao adversário de forma duvidosa. Foi pelas alas que a Dinamarca criou a maior parte do seu perigo, principalmente pelo lado do lateral do Sporting durante a primeira parte.
Após o golo, a selecção nórdica recuou no terreno propositadamente e cedeu o controlo de jogo a Portugal, no entanto a sucessão de maus passes e a falta de movimentação resultaram em ataques incipientes. A selecção com o putativo melhor jogador do mundo fez um remate digno de perigo durante toda a primeira parte.
Na segunda parte não se registaram alterações inicialmente, Paulo Bento deu um voto de confiança a todos os titulares, mas esse voto de confiança não foi correspondido, apesar de uma ténue mudança de atitude, o guarda redes dinamarquês teve um jogo tranquilo, com a excepção do golo sofrido. Aos 63 min num ataque rápido pelo lado direito do ataque dinamarquês, Eliseu foi passado em velocidade por Rommedahl e Bendtner já na pequena área fez o segundo golo e deitou por terra as esperanças lusitanas. Paulo Bento preferiu a reactividade à proactividade e, imediatamente após o golo sofrido lançou Quaresma e Miguel Veloso. Os restante minutos foram ocupados por um jogo soluçante de Portugal com esporádicas boas iniciativas individuais de Nani e Quaresma, com respostas perigosíssimas em contra-ataque por parte dos nórdicos que fizeram brilhar Rui Patrício, o melhor jogador português em campo. Ao cair do pano de livre directo Cristiano Ronaldo marcou um golo de belo efeito, invertendo uma exibição cinzentíssima, profusa em erros, o capitão não foi líder, não deu o mote e foi um jogador mediano. O jogador madrileno é hoje em dia, curiosamente, um jogador sobretudo eficaz, de remate, de conclusão, sem o brilho de outrora, e continua com exibições titubeantes ao serviço de Portugal. Não lhe retiro o epíteto de "um dos melhores jogadores do mundo", pois o futebol é golo, e Cristiano é uma autêntica máquina de facturar.
Portugal, pela prestação de hoje, não merece estar no Europeu, mas terá uma nova oportunidade no playoff para o qual se qualificou. Aproveitarão a chance? Questiono-me até que ponto a falta de garra e a ataraxia postas em campo, não sucederam pelo facto de a priori o playoff estar praticamente garantido, e a questão poder ser resolvida posteriormente. Uma questão cultural certamente.